terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Em busca do TESOURO

Compra direta de papéis do governo livra investidor das taxas dos bancos

Miriam Kênia

Daniel Wainstein
AUTO-GESTÃO: O cientista político Garman trocou os fundos pelas aplicações no Tesouro Direto

Há oito meses, o cientista político Christopher Garman decretou sua independência financeira. Criou coragem e abandonou os fundos de renda fixa oferecidos pelos bancos. Decidiu se aventurar sozinho na compra direta de títulos públicos e montar a sua própria carteira de investimentos. “Queria ter mais autonomia na escolha dos papéis”, justifica Garman. A decisão resultou em outras vantagens. O investidor fica livre das taxas de administração cobradas pelos bancos, que variam de 3% a 5% ao ano. Esses percentuais levam boa parte dos lucros dos fundos. Pelo Tesouro Direto, os gastos caem bastante. Ficam entre 0,65% e 0,95%. Assim, o ganho fica mais vantajoso
na comparação com um tradicional fundo DI.

Embalada por essas vantagens, a compra direta de títulos públicos caiu nas graças dos investidores e se consagrou como um bom negócio em 2003. Para este ano, as expectativas continuam positivas. “As vantagens competitivas em relação aos fundos irão prevalecer”, diz Roberto Corrêa da Fonseca, gerente da corretora Fator Doria Atherino. Garman não será o único a comemorar os bons resultados. É crescente o número de investidores que optam pela compra direta de títulos. Em outubro, o número das pessoas cadastradas no site do Tesouro chegou a 18,7 mil. O valor médio das operações é de cerca de R$ 7 mil. Por mês, são R$ 33 milhões.

Para conseguir melhores rendimentos, os analistas sugerem uma compra diversificada de títulos. Ou seja, papéis com vencimentos distintos e correções também diferenciadas. Existem títulos com datas que variam de três meses a até 30 anos. Se a poupança é destinada à aposentadoria prevista para ser realizada em 10 anos, prefira os títulos de 2011. Caso a meta seja mais urgente, encurte o prazo. O investidor não precisa carregar o título escolhido até o vencimento. Às quartas-feiras o governo realiza um leilão de recompra, o que facilita o saque do investimento a qualquer momento.

Mesmo com um bom desempenho, os títulos públicos não devem manter os patamares exorbitantes de lucros registrados em 2003.

As altas taxas serão coisas do passado. A redução contínua da Selic vai interferir nos ganhos financeiros. Caso essa queda se confirme, os resultados de todas as aplicações, do Tesouro Direto aos fundos de renda fixa, também irão sofrer uma limitação. Já o risco desse tipo de aplicação é igual para todos. “Só um calote ameaça a aplicação”, diz o consultor financeiro Mauro Halfeld. Se ocorrer um desastre nas contas públicas, todos os investidores ficarão a ver navios. Mas como essa é uma possibilidade considerada remota pelos especialistas, o investimento direto nos papéis da dívida manterá posição de destaque em 2004. Com custos bem mais baixos que os fundos dos bancos, o Tesouro Direto continuará sendo uma aplicação interessante para o investidor.


Fonte: IstoéDinheiro
http://www.terra.com.br/istoedinheiro/331/onde_investir/331_titulos_publicos.htm

Nenhum comentário:

Postar um comentário