terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Golpe do dinheiro fácil: não caia nessa armadilha

Deborah Moratori

Comprar a casa própria, trocar o carro, fazer uma super viagem ou até mesmo a festa de casamento da filha. Sonhos como esses geralmente encontram obstáculos na falta de dinheiro. Com o orçamento apertado o jeito é recorrer a um empréstimo.

Agências de financeiras espalhadas pelo Brasil, anúncio em rádios, outdoors, programas de televisão e jornais impressos e até na Internet. Garantia de dinheiro na hora, sem burocracia. A tentação é enorme...

Quase sempre esse apelo acaba sendo a pior solução e o início de um drama que não parece ter fim. E a promessa de dinheiro fácil se transforma numa armadilha de difícil escapatória.

Sonho de consumo
Sonhando em terminar a construção da casa nova, C. L. foi vítima do golpe do dinheiro fácil. O anúncio estava nos classificados de um jornal de grande circulação na cidade. A empresa prometia crédito imediato com pagamento facilitado.

Por telefone, C. L. fez contato com a empresa mineira Assecom que comercializa consórcios para a Tedesco, de São Paulo. Para ser aprovada no consórcio, segundo C. L., a Assecom exigia um bem a ser hipotecado no mesmo valor do empréstimo concedido como garantia da dívida. Satisfeita essa primeira condição, C. L. teria que comprar um consórcio cujo valor corresponderia a 5,6% do montante emprestado.

As vantagens oferecidas pela empresa eram enormes. Além de a quantia de entrada de R$1.400 não ser grande - o valor do empréstimo era de R$ 25
mil -, a liberação do crédito seria instantânea. E o saldo do financiamento poderia ser efetuado em 11 anos, em 136 parcelas de R$ 254.

Até então as negociações estavam sendo acertadas pelo telefone (31) 3335-6970. Como garantia a Assecom enviava toda documentação por fax ou pelos Correios. Para se certificar de que estava fazendo um bom negócio, C. L. procurou junto ao Procon de Juiz de Fora indícios de que a Assecom era uma empresa idônea.

Tarde demais
Não tendo encontrado nenhuma reclamação contra a Assecom, C. L. decidiu participar do consórcio. O depósito de R$1.400 foi feito no mês passado e uma segunda quantia teria vencimento em dezembro.

Ainda desconfiada, C. L. resolveu investigar mais, até que descobriu que a Tedesco era a empresa campeã de irregularidades no Banco Central. Tarde demais... O pagamento já tinha sido efetuado. E mais: não poderia cancelar sua participação no consórcio.

"Eu fui até Belo Horizonte e, ao perguntar o porquê de eu não poder mais desistir, ouvi de um funcionário da Assecom que o meu contrato já tinha sido aprovado numa assembléia de que eu teria participado. Só que eu sequer fui convocada para esta reunião. E, quanto ao dinheiro referente à compra do consórcio, só poderei reavê-lo depois que o grupo no qual estou inserida pagar a última parcela da dívida financiada, o que eqüivale a daqui a 11 anos."

fonte: http://www.exactaexpress.com.br/dinheirofacil.htm

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